Marcos Anchieta Bucedi, de 47 anos, mora com dois filhos e uma esposa cadeirante. Há três anos, trocou a venda de tapioca no Arpoador, na Zona Sul do Rio, pela venda de pipoca na Freguesia, na Zona Oeste. Em uma tarde de trabalho em abril, perdeu toda a mercadoria e a carrocinha.
“Eu tava me preparando para começar a fazer uma pipoca, já estava com fogo aceso e de repente a mangueira do bujão [de gás] acho que estourou, aí o fogo estava aceso, o gás vazou e deu aquela explosão. Foi fogo pra tudo quanto é lado, aí não teve como fazer nada”, contou, em entrevista ao G1.
O bombeiro Elton Vaz Pereira, do Quartel de Jacarepaguá, passava pelo local no momento do acidente. Ele correu para prestar socorro e ajudar o pipoqueiro. Em poucos minutos, as chamas tinham consumido toda a barraquinha. “Tava passando pelo bairro, vi a barraca pegando fogo e me sensibilizei com aquele evento, só que na hora eu não pude fazer nada porque não tinha extintor, não tinha nada perto. Só afastei o pessoal e chamei o socorro”.
O incêndio foi no final de abril, mas durante algumas semanas, depois de saber que o pipoqueiro precisava continuar trabalhando e não tinha condições de comprar outra carrocinha, o bombeiro resolveu ajudar. “Eu resolvi ajudar o Marcos porque a gente vê tanta desgraça hoje em dia, ninguém ajudando ninguém. Como a barraquinha dele pegou fogo, eu decidi mobilizar o pessoal do grupo que a gente tem de Jacarepaguá, pra ajudar ele. Então arrecadamos esse dinheiro pra ele montar outra barraquinha e voltar a trabalhar”.
Na última quinta-feira (21), o bombeiro voltou ao local do incêndio. Dessa vez, com todo o dinheiro que conseguiu arrecadar. Teve a oportunidade de reencontrar o pipoqueiro Marcos e entregar a ajuda pra ele seguir trabalhando. “Espero dele um sorriso, uma expressão de alegria, e que ele continue a vida ganhando o pão de cada dia”.
Fonte: G1